terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Amor de irmão

Sou irmã do meio, o miolo entre um irmão mais velho e uma irmã mais nova. E, como todo mundo que tem irmãos, já passei por algumas fases da vida de dividir o cargo de irmã mais nova e mais velha ao mesmo tempo, o que me fez pensar nesse texto há algum tempo. Passei pela fase do medo, do descobrimento, do compartilhamento, da raiva, do descaso, do cuidado e da admiração. Vivi cada uma delas – às vezes de forma intensa; outras, descompromissada. Dividi casa de pai e mãe com irmãos; dividi um apartamento só com eles; dividi por quase a vida toda um quarto com minha irmã. Dividi bons momentos da minha vida ao lado deles. Momentos que voltam de forma tão simples e tão fácil. Basta uma palavra e um mundo de recordações nos toma. Reunião de irmãos é encontro de lembranças. E isso faz tão bem à alma. Eu encontrei meus irmãos outro dia, num feriado de sol e como falamos bobagens. Reunião de irmão não precisa de pauta para ter assunto. O passado rende pelo presente. E foi assim. Rimos daquilo que vivemos juntos e dividimos juntos. Irmãos nos tornam múltiplos sendo nós apenas únicos. Eles carregam um pouco do que fomos e daquilo que vamos ainda ser. Ter irmão é conhecer da melhor forma o sentido da palavra cumplicidade. Pois são muitas as pessoas que passam em nossas vidas. Muitas as que entram e vão embora e até as que entram e ficam para sempre. Mas os irmãos não. Eles não entram em nossas vidas. Eles nascem com a gente. E, por mais que se distanciem nas rotas do mundo, a história os unirá para a eternidade. E isso é o mesmo que unir as duas pontas da vida. (Daniela Diniz)

Um comentário:

  1. Tem gente que acredita em acaso. Estão enganados. Só há acaso pra quem não reconhece nossa pequeneza de não saber a razão de todas as coisas. Acreditar em acaso é tirar a magia das coisas e do mundo, pois não há graça nenhuma no acaso, ao contrário do que possa parecer.
    irmãos fazem parte de nossa essência, não estão conosco por acaso. E tão certo quanto não existir acaso é ser impossível abandonar o que é essencial. Irmãos são companheiros nesta viagem eterna que é a vida, mestres e alunos ao mesmo tempo.
    Claro que há os irmãos de alma, aquelas pessoas que conhecemos pelo caminho e se tornam ligadas indissoluvelmente a nós, mas esta já é uma outra história. Parabéns pelo texto Dani, sempre você a captar com sutileza a magia nas coisas simples.
    Beijo e abraço,
    Pedro.

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