Há livros nas estantes.
Há o silêncio na sala vazia.
Há a caneta e o papel,
a luz a iluminar a sombra,
o não a revelar a dor.
Há o suspiro e a vergonha.
Os erros cometidos,
a volta impossível.
Há a morte.
O tempo.
E tudo o que arrasta:
nossa ilusão alegre,
nossas pretensões.
Há o frio e nenhuma espera.
Há a resignação posterior ao choro.
A respiração calma após a catarse.
Por quanto tempo?
Quando virão novas ilusões para acelerar a respiração,
remexer esperanças,
criar expectativas?
Não desta vez.
Agora só há indiferença.
O cansaço.
A preguiça de seguir.
Por que não só dormir?
Por que não deixar para nunca os arrependimentos?
Já foi. Tantos se me foram.
Estou só.
E os livros nas estantes.
À espera do folhear de páginas.
À espera.
Como a vida. (Leda Balbino)
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