quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Mais Estranho que a Ficção
Muitos filmes são adaptações de livros, mas também há aqueles que, embora não sejam necessariamente frutos de uma obra literária, foram criados tendo como um de seus motes a literatura. Um exemplo clássico da minha adolescência é Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989), com seu “Oh Captain My Captain”. E um exemplo recente é o também americano Mais Estranho que a Ficção (Stranger than Fiction, 2006). Fui assisti-lo sozinha no ano passado, atraída pelo roteiro original e criativo: o agente do fisco americano Harold Crick (Will Ferrell) vive uma vida monotamente solitária – mensurada pela quantidade de escovadas matinais nos dentes e pelos passos dados até ônibus –, até começar a ouvir uma voz feminina narrando sua vida. A voz, que só ele consegue ouvir, é da escritora Kay Eiffel (Emma Thompson), que tenta terminar seu último livro sem saber que seu protagonista pode escutá-la. Por isso, não lhe é possível evitar que o mundo do personagem vire de ponta-cabeça quando ele a ouve decretar que sua morte é iminente. Depois de receber essa informação, Harold inicia uma corrida contra o tempo para tentar descobrir, com a ajuda do professor de literatura Hilbert (Dustin Hoffman), o que pode fazer para evitar que sua história se confirme como tragédia. Vendido no trailer como uma comédia, Mais Estranho que a Ficção é na verdade uma belíssima discussão sobre a literatura, o processo criativo, a construção da narrativa, o papel do escritor e do leitor. E, acima de tudo, sobre a possibilidade de redenção pela arte da escrita. Emocionei-me da primeira vez que o vi. E, pensando que a culpa era da TPM, tirei a prova da segunda vez, em DVD. Da terceira vez, assistindo pela Sony, só voltei a confirmar que Mais Estranho que a Ficção é um daqueles filmes despretensiosos que acabam compondo o ranking de preferidos (e tudo deve ser culpa do roteirista, Zach Helm). Mais informações em: http://www.sonypictures.com/homevideo/strangerthanfiction. (Leda Balbino)
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