segunda-feira, 6 de julho de 2009

A beleza do simples

Faltam umas 130 páginas (das 442) para eu acabar o romance de Zadie Smith, Sobre a Beleza (Cia. das Letras). Poderia já ter terminado há tempos se não fosse 1) a minha preguiça; 2) o excesso de descrições desnecessárias do livro. A história não é fraca mas o embate intelectual de dois professores de arte está longe de prender o leitor. Pior são as descrições de tudo. Uma clara tentativa da autora de provar sua própria intelectualidade, cultura e poder em dominar as palavras. Na minha opinião, ela erra ao abusar (e põe abuso nisso) das metáforas. Se diminuísse as comparações desnecessárias, o livro conseguiria facilmente ter metade de suas páginas (e ganharia o dobro da atenção do leitor). Dá vontade de editar o livro e, com essa vontade, você acaba se irritando a cada nova descrição como "os galhos nodosos de árvores centenárias, os telhados enrugados dos galpões, o brilho âmbar ostentoso das lâmpadas de halogênio". Agh! Estou louca para chegar na página 442 (porque, como princípio, não largo livro nenhum pela metade). Mas, como sempre, aprendi mais uma lição da literatura: como é belo ser simples. Não há nada como as palavras que falam por si sem precisar de muletas para suportar seus pesos. (Daniela Diniz)

Um comentário:

  1. Dani, vc tem razão: o livro é chato no começo, mas engrena mais pro final. Eu acabei gostando. Bjos, Ju

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